domingo, 9 de fevereiro de 2014

Os preparativos...

Como os chatos se preparam para viajar?  Se preparam muiiiito, porque chatos não gostam de imprevistos. Na nossa idade, passar uma noite num banco de rodoviária ou  numa pousada nojenta não é pitoresco e engraçadinho, é um saco. Planejamento ajuda bastante a evitar essas  merdas, mas não garante nada porque, infelizmente, por mais chato que você seja, não consegue controlar tudo.


Toda a logística das nossas viagens (roteiro, compra de bilhetes, reserva de hotéis etc.) é executada pela metade de nós que é doida por viagens. Às vezes a outra metade reclama de não ter sido avisada de algum detalhe.  

Planejamento de viagem precisa incluir:
  

Organizar com antecedência 

A vantagem de fazer tudo com antecedência, quando possível, é que se consegue passagens aéreas mais baratas e mais opções de hotéis, em relação a localização e preço. Imaginem uma viagem, no verão, para uma ilhinha grega, ou para San Andrés ou Cartagena de Índias, locais com pouca oferta de hotéis - em reservas de última hora você só consegue, se conseguir, hotéis morro acima, morro abaixo, não muito bem avaliados ou longe de tudo.

Já estamos fazendo planos para o recesso do final de ano e para o Carnaval de 2015, para o caso de ainda estarmos vivos na época.

Não há fórmulas mágicas. Fazemos mais ou menos o que todo mundo faz, sempre pela internet.


Roteiro da viagem

Como somos um tanto lerdinhos - lembrem-se de que somos meio velhos - preferimos conhecer menos lugares e ficar um tempo maior em cada um deles. Não somos adeptos do chegou, fez uma foto e partiu para outra cidade. Além disso, o José tem que conhecer todos os supermercados da cidade...

Na Europa, viajamos somente por 2 países (no máximo 3) em cada empreitada anual. Procuramos detectar os locais mais interessantes e então escolhemos as cidades para hospedagem. De carro pode-se ir seguindo o roteiro e ir mudando de hotel a cada nova parada. Fizemos isso em nossa viagem pela Croácia, opção interessante pela geografia do país, mas é um pouco cansativo mudar de endereço a cada 2 ou 3 dias.

Se utilizamos transporte público, escolhemos algumas cidades base e daí visitamos as atrações e outras cidades por perto. Escolher uma cidade que tenha boas opções de transporte é fundamental. Em uma viagem à Itália esse sistema é interessante.

Um roteiro prático leva em consideração não apenas a vontade de conhecer um local qualquer, mas as distâncias e eventuais dificuldades de deslocamento entre um e outro objeto de desejo. Perder muito tempo na estrada ou esperando em aeroportos não tem muita graça. Em cada viagem sempre há alguns pontos que são inegociáveis, mas outros podem ser mudados para aproveitar melhor o tempo.

Para escolher as cidades e pontos de hospedagem, é útil ter um guia da região e fuçar fontes de informação confiáveis na web.



Passagens aéreas

Costumamos comprar passagens aéreas diretamente do site das empresas. Usamos o Decolar como fonte de informação, para compararmos os preços. Se a compra dor pelo próprio Decolar, no caso da reserva conjunta do hotel, é bom confirmar se existe mesmo o voo no site da companhia aérea. Já compramos, pelo Decolar,  passagem para um voo que não existia.

Preferimos voos diretos, sempre que possível e o preço não estiver exorbitantemente maior que um voo com escala.


A escolha da companhia está diretamente ligada ao roteiro. Se o destino for um só país (com ou sem viagens por terra) o leque de companhias é maior: as brasileiras e a do próprio país, para voos diretos e as dos países vizinhos, para voos com escala (geralmente mais baratos). Se o roteiro incluir dois países e traslado entre eles for pelos céus, normalmente é vantajoso comprar os bilhetes da companhia de um dos países (pensando em não fazer muitas escalas).



Reserva de hotéis

Consideramos, para a escolha do hotel, principalmente a sua localização e o seu preço. Não nos hospedamos em hotéis estrelados. Buscamos um local bem localizado, agradável, confortável, com uma boa cama e, principalmente, com banheiro privado. Já tivemos experiência (forçada) com banheiro compartilhado, mas contamos depois.

Se a cidade tiver um hotel Ibis bem localizado, é aí mesmo que ficamos. Com o Ibis não existe surpresas, ele é igual no mundo todo. Como somos associados à rede Accor, as vezes pegamos umas ofertas boas em hotéis um pouco melhores que o Ibis, como o Mercure. Mas também já ficamos em um Mercure horroroso, em Madri.

Se não tiver Ibis, fazemos as reservas pelo Booking.com. Tem avaliação e comentários de usuários (as vezes é bom ignorar algum comentário, de gente mais chata que nós), fotos do hotel (gostamos mais dos que mostram fotos do banheiro). Para a maioria dos hotéis não existe pagamento antecipado e é possível cancelar sem nenhum custo. Preferimos esses. Em geral tem funcionado e os hotéis correspondem ao que dizem e vemos. Se já quebramos a cara? Óbvio que sim. Chegamos em Split, Croácia, e descobrimos que nosso apartamento havia sido alugado para outra pessoa. A cidade estava cheia, recebendo um festival de música, e o dono achou mais vantajoso desrespeitar a reserva e ganhar um dinheirinho a mais.

Quando fazemos a reserva com muita antecedência, costumamos fazer, malandramente,  reserva em mais de um hotel, para a mesma cidade e período. Isso para o caso de algum hotel se descredenciar do Booking ou se a avaliação de um deles despencar, porque não respeita reservas, por exemplo.

Já fizemos viagens fora de temporada sem ter nada reservado. Tem suas vantagens, porque dá para ver e cheirar o que você está comprando, mas também pode ser meio estressante, principalmente em países que não são o nosso. Localizar a melhor "zona hoteleira" numa cidade estranha, entrar em montes de espeluncas, pedir informações em idioma alienígena e, eventualmente, ter que se conformar com um hotelzinho sem-vergonha porque já está anoitecendo não é tão divertido.


Trens, barcos, carros alugados etc.

Em viagens na alta temporada na Europa é interessante comprar com antecedência bilhetes para os deslocamentos entre cidades. Dá para comprar passagens de trem, ônibus e barco. Normalmente, no momento da compra, já se imprime o bilhete com o código de barras. Mas às vezes é preciso trocar o documento emitido pela internet por bilhetes normais no guichê das empresas, geralmente quando se vai passar de um país para outro. Não sejam bobos de usar o termo "trocar" em inglês ou francês, como já fizemos, pois eles entendem que a gente está querendo trocar a data ou horário e dá a maior confusão. Tem que pedir para imprimir os malditos bilhetes. Toda vez cometemos o mesmo erro, toda vez passamos vergonha e ainda não aprendemos.

Bilhetes de trem:
- França: www.sncf.com
- Espanha: www.renfe.com
- Itália: www.trenitalia.com
- Austria: www.oebb.at
- Alemanha:www.deutschebahn.com
- Eurostar: http://www.eurostar.com



A Rail Europe vende bilhetes de todas as empresas europeias e entregam os bilhetes no Brasil, evitando que a gente passe vergonha nos guichês deles. Muito simpático. Mas é um pouco mais caro que comprar diretamente no site da própria empresa.

Também já compramos bilhetes de barcos (ferries) pela internet, para o transporte entre as ilhas gregas e entre Itália e Croácia. É tudo muito tranquilo. Dependendo da duração da viagem, existem opções desde cabine até pau-de-arara. A opção intermediária são poltronas reclináveis como as dos ônibus, em salões coletivos. São bastante confortáveis, dá para passar uma noite nelas. Uma vez, por falta de informação, pegamos as passagens de terceira classe e dormimos sentados nas cadeiras da cafeteria, com inveja da molecada que sabia das coisas, viajava com sacos de dormir e se instalava nos corredores. 

- Europa / África / Ásia:http://www.aferry.com
- Grécia / Itália / Turquia / Albânia: http://www.ferries.gr
- Grécia / Itália: http://www.greekferries.gr
- Veneza / Croácia: http://www.venezialines.com
- Croácia / Itália:http://www.jadrolinija.hr

Para o aluguel de carros é interessante fazer uma pesquisa entre as diversas locadoras e comparar preços, modelos de carro, o que está incluído no preço, local de retirada e entrega do veículo etc. Geralmente a relação custo-benefício da Europcar é a mais vantajosa.


Viajar em alta temporada, muita gente torce o nariz. É, também não gostamos, mas isso de escolher a melhor época para tirar férias é pra quem pode. Nós trabalhamos em instituição de ensino e só podemos viajar nos períodos de recesso ou férias dos alunos. Viajar fora de temporada, coisa que fazíamos quando podíamos, é mais barato e mais tranquilo, mas também tem seus problemas. Por exemplo, aquele parque que só abre no verão, aquele passeio de barco que só sai em alta temporada e aquela cidade onde só dois restaurantes estão abertos: o caríssimo e o sujo. Em Santorini, no inverno, comemos churrasco grego (pita gyrus) na barraquinha da esquina, e ficamos felizes por termos isso. Muito bom o churrasco grego de barraquinhas na Grécia, a propósito.
Nos próximos posts contaremos nossas experiências nos lugares que conhecemos. E quem tiver dicas interessantes ou experiências diferentes da nossa, escreve aí nos comentários. O que deu certo pra gente pode não ter dado certo para outros chatos, e vice-versa.

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