quarta-feira, 11 de janeiro de 2023

De volta a Buenos Aires

Voltamos a Buenos Aires, uma de nossas cidades prediletas, depois de alguns anos e uma pandemia. O segundo destino de nossa possível retomada do agradável hábito de viajar foi escolhido pelos fatores proximidade (voo curto, menos chance de contágio) e sossego (um lugar já conhecido reduz a possibilidade de estresses de viagem). 

Deu certo. Nossa curta estada em Buenos Aires foi agradável como sempre, até mesmo no fator clima, friozinho, dias claros, um pouco de chuva, mas nada que incomodasse dois brasileiros andarilhos e habituados ao clima sem piedade de São Paulo.

Duas decepções: fecharam nossa sorveteria predileta, o centenário Vesúvio, e um dos nossos restaurantes mais queridos, onde passamos o Ano Novo algumas vezes, o Arturito. A crise econômica e a pandemia acabaram com o Vesúvio, onde tomávamos sorvete de doce de leite, puro ou com nozes, e figos ao conhaque. Com o Arturito, não sabemos o que aconteceu. Como lembrança, guardamos os guardanapos personalizados que ganhamos lá numa dessas passagens de ano. Uma pena, ou melhor, duas penas.

Felizmente, não faltam sorveterias e restaurantes simpáticos na cidade. Reencontramos a pizzaria Roma, que serve pizzas boas e baratas num ambiente barulhento e popular, e o Cumaná, onde se comem pratos da cozinha regional argentina, muito criativos e bem diferentes das carnes e massas da cidade - que também são muito boas. O melhor de tudo: Buenos Aires é uma das poucas cidades que conhecemos onde se pode pedir um  bom vinho no restaurante sem ir à falência. Vinhos, na Argentina, geralmente são até mais baratos do que cerveja.




E claro, como não podia deixar de ser, fizemos a ronda das livrarias, fomos ao Museu Nacional, maravilhoso e gratuito, e voltamos ao nosso cinema predileto em Buenos Aires, o Cine Gaumont-Incaa, agora reformado. Infelizmente, o filme que vimos não era muito bom e os diálogos estavam bem difíceis de entender, mas valeu pelo reencontro com o cinema.


Fizemos um longo passeio, a pé, pelos Bosques de Palermo, onde encontramos alguns monumentos que não conhecíamos, como o Pátio Andaluz e a Coluna Persa.






Uma experiência diferente: dessa vez encontramos o Jardim Japonês, que já conhecíamos, com cerejeiras floridas. Um espetáculo inacreditável de lindo, mesmo com um pouco de chuva e muita gente.





A caminho do Jardim, entramos num museu que não conhecíamos, o Museu Nacional de Artes Decorativas, instalado no palácio que pertenceu à família Errázuriz Alvear. Palácios e artes decorativas não estão entre nossos maiores interesses, mas estávamos precisando de uma pausa, e entramos. O museu é bonito, e estava com instalações de arte contemporânea em todas as salas, dialogando com os espaços e acervo. Valeu a pena. 



Em Palermo fica o parque El Rosedal, um jardim de rosas. No inverno, as roseiras não estão floridas, mas no verão o local é um espetáculo. Anotem aí: Jardim Japonês com cerejeiras no inverno, Rosedal com rosas no verão (mas os jardins são um bom passeio em qualquer época do ano).

Bem perto do Rosedal está o pequeno Museu Eduardo Sivori, que além da coleção, também tem um jardim interno, bom para descansar pés e pernas exaustos.



E não podia falta uma visitinha à Floralis Generica, na Recoleta, a gigantesca flor metálica que representa, segundo seu criador, todas as flores do mundo. Ela abre e fecha conforme a luz do sol, mas nunca testemunhamos esse evento.





Gostamos de ver que o Gomero da Recoleta, uma árvore com 10 metros de diâmetro e galhos com cerca de 30 metros de comprimento, tida como a mais antiga da cidade, ganhou um reforço poderoso: o titã Atlas, que deixou de sustentar o globo terrestre e foi lá dar uma força para o Gomero.





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