Bordeaux é uma cidade simpática, com alguns pontos turísticos interessantes e vinhos, muitos ótimos vinhos. Passamos três dias por lá e aproveitamos para conhecer cidades vizinhas. Não vimos, portanto, muito de Bordeaux.
Ponte Saint Jean
Caminhamos ao longo das margens do rio Garonne, um passeio bonito. A Place de la Bourse, um belo conjunto arquitetônico do século 18, tem uma atração adicional surpreendente: o Mirroir d'Eau
(Espelho d'água, obra do paisagista Michel Corajoud). Trata-se de uma
enorme extensão de granito com pequenos esguichos no chão, dos quais
brotam, alternadamente, água e vapor, em intervalos de mais ou menos
vinte minutos. Nos momentos em que está cheio, o espelho chega a ter quase um palmo de profundidade, refletindo os belos edifícios ao
redor.
A diversão refrescante encanta a todos. As crianças se divertem
muitíssimo, algumas até em roupa de banho. Adultos tiram os sapatos,
arregaçam a barra das calças e vão passear com os pés na água. Depois a
água é drenada lentamente, e logo vem os jatos de vapor, igualmente
bonitos e refrescantes. Uma verdadeira festa.
Mirroir d'Eau
Mirroir d'Eau
Mirroir d'Eau
Uma das atrações mais famosas de Bordeaux é a Cité du Vin, uma espécie de museu dedicado à cultura do vinho. Como o preço do ingresso é bem alto (30 euros por pessoa), decidimos não entrar. A parte da cultura do vinho que nos interessa é a que ocorre entre o copo e nossa boca, portanto preferimos investir nosso dinheirinho na compra de umas garrafas. No supermercado, naturalmente, porque nas lojinhas da Cité não dá para comprar nem ímã de geladeira. Tudo o que fizemos foi observar a arquitetura do prédio, essa coisa garrafal aí:
À caminho da Cité, passamos pela Place des Quiconces, uma praça enorme com um bonito arvoredo e um monumentos aos girondinos.
Monumento aos Girondinos
Conhecemos também o Jardin Publique, onde encontramos muito verde, sossego e até uma biblioteca.
Saint-Emilion
Uma curta viagem de trem nos levou de Bordeaux a Saint-Emilion, uma pequena cidade cinematograficamente graciosa, famosa pelos seus vinhedos.
Lá, contra nossos hábitos, fizemos um programa turístico clássico: passeio de trenzinho pela região, para apreciar a paisagem dos vinhedos e chateaux e claro, conhecer um deles, com degustação incluída. Para quem não está de carro e quer conhecer a região, é a única opção e vale a pena. A visita ao chateau é aquilo de sempre: história do local, informações sobre a produção de vinho, visita à cave etc. Provamos um vinho daqueles de alto nível mas, infelizmente, degustação em Saint-Emilion não é como nos vinhedos do sul do Brasil; é só um copinho. Quem quiser molhar um pouco mais o bico nos vinhos da região pode dar uma passadinha na Grande Cave, uma loja de vinhos que oferece degustação gratuita.
Chateau Rochebelle
A cidade tem vários monumentos e ruínas medievais. Como é pequena, dá para conhecer tudo à pé, se o turista tiver disposição para enfrentar ladeira com calçamento de pedras. Uma delas é tão escorregadia que precisaram instalar um muito bem-vindo corrimão bem no meio da rua.
Arcachon
Querendo pegar uma praia, fomos até o balneário de Arcachon, bem pertinho de Bordeaux. A praia é bonita, mas nada que possa impressionar brasileiros com alto nível de exigência no quesito areia, mar e sol. A água tem uma linda tonalidade azul, mas as areias são bem lotadas.
A cidade é bonita, tem muitos restaurantes e lojinhas, mas é tudo bastante caro.
O melhor da cidade é a duna de Pilat,
a maior da Europa, com 110 metros de altura. Chegar lá é fácil, basta
pegar um ônibus em frente à estação de trem. A entrada é por um parque
com estacionamento, lojas, vestiário, bares e um centro de informações
turísticas, tudo muito bem organizado. A subida é por uma escada,
cansativa mas perfeitamente viável, e a paisagem lá de cima compensa
cada degrau.
Agora
a parte ruim: resolvemos descer a duna para chegar à praia, que parecia
extremamente convidativa. Foi um erro. A duna é imensa, a praia está
muito mais longe do que parece e as areias são extremamente quentes.
Como não há sombra pelo caminho, nenhuma vegetação ou pedras para
descansar um pouco os pés, a descida se torna uma tortura para quem está
calçado apenas com chinelos. Os pés afundam na areia e queimam, o calor
é intenso. Quando a gente percebe que se meteu numa roubada e olha para
trás, é tarde, o topo da duna está longe e a volta não é bom negócio.
Em dado momento, a única solução possível é correr aos saltos em direção
ao mar. Então, o bom conselho é o seguinte: se alguém quiser descer a
duna, vá com um calçado que proteja bem os pés e leve muita água.
E mais importante ainda: se descer não é fácil, subir é uma
tarefa para poucos e bem preparados corpos. Lá embaixo descobrimos um caminho
alternativo, por fora da duna, mas que vai dar na estrada, longe do
estacionamento. Mas, de fato, a paisagem vista de cima é melhor do que a praia ao pé da duna, portanto não vale a pena o sacrifício. Há diversas entradas para a praia no caminho entre a duna e o centro da cidade para garantir um banho de mar tranquilinho.
Muita gente que viaja para a França diz que os franceses são chatos, mal-humorados ou arrogantes. Até gente que nunca botou os pés no território francês repete isso, porque já ouviu falar ou tem uma tia que foi mal atendida no bistrô.
Já vimos essa história até em blogs de turismo, e os próprios franceses parecem preocupados com a má fama, tanto que lançaram um manual para ensinar os profissionais do turismo a tratar melhor a freguesia estrangeira, sempre tão sensível.
Mas é o seguinte, nós entendemos de chatice e não achamos os franceses chatos. Já visitamos a França diversas vezes e sempre fomos muito bem tratados, tanto no comércio e serviços turísticos quanto pelas pessoas de uma forma geral. Os episódios de casmurrice foram tantos quanto em qualquer outro lugar, incluindo nosso lindo país.
Antes de prosseguir, deixemos claro que estamos falando de impressões de turistas, já que não fizemos nenhum estudo de comportamento típico dos descendentes de Asterix e nunca moramos na França.
De onde pode ter surgido essa história? Uma possibilidade é tratar-se apenas de incompreensão entre culturas diferentes. Franceses são, aparentemente, mais reservados e discretos do nós, e isso pode parecer antipatia aos nossos olhos. E a gente esquece que pessoas calorosas e expansivas podem ser simpáticas, mas também correm o risco de se tornarem invasivas e inconvenientes.
Os italianos são tidos como simpáticos e agradáveis, mas vimos, numa cidade pequena da Itália, uma brasileira se queixando amargamente da "falta de educação" da velhinha dona da loja que expulsou a freguesia porque estava na hora do almoço e ela queria fechar a loja. Ora, na cidade dela é assim, as pessoas não precisam passar fome ó porque você quer comprar um ímã de geladeira.
Uma hipótese bem provável é a de que os franceses são bastante apegados a uma polidez formal à qual não estamos acostumados. Fórmulas de cortesia como cumprimentos e agradecimentos são totalmente obrigatórios por lá, e não adianta ser sorridente, lindo e alegrinho se você não disser "bom dia", "por favor" e "muito obrigado" numa língua que eles entendam. A regra vale para todo mundo, não importa quem esteja pagando e quem esteja servindo. Vejam isso aqui, tem muitas doses de verdade.
Outro dado cultural que pode causar confusão: franceses bufam. Não sabemos o motivo, mas eles bufam muito, e isso pode dar impressão errada. Por exemplo, você pede uma informação e o tiozinho bufa umas três vezes antes de concluir a frase, mas isso não quer necessariamente dizer que ele está enfadado ou de mau humor. Eles bufam e fazem caretas da mesma forma que nós e os italianos gesticulamos.
Nas cidades menores, o povo é, basicamente, gentil e simpático. Encontramos muitos franceses conversadores e curiosos, principalmente os velhinhos.
Em Paris, cidade sempre lotada de turistas, os nativos podem ser tão rabugentos quanto qualquer habitante de cidade grande no Brasil, mas obedecem regras de trânsito e respeitam pedestres e ciclistas. Ou seja, eles até podem te apressar se você estiver moscando na fila da boulangerie, mas não vão te atropelar na faixa de segurança. Em Paris, essa cidade que dizem estar cheia de gente metida, vimos uma senhora bem pobre, provavelmente moradora de rua, sendo atendida com gentileza numa daquelas lojas de chocolates tão chiques que a gente tem até medo de entrar. Uma cena que não é muito comum em São Paulo, não é mesmo?
Mito: franceses não falam inglês e não gostam de quem fala. Na verdade, quase todo mundo fala inglês, principalmente os jovens, e se eles percebem que o interlocutor tem dificuldades com o francês, imediatamente mudam para o inglês. Verdade: eles parecem gostar de ouvir pelo menos os cumprimentos de praxe na língua deles. "Bonjour, monsieur" e "s'il vous plaît, madame", são frases que pegam bem. Eles também tem o hábito de corrigir quando a gente fala algo errado ou estranho em francês, mas não é por pedantismo, é para ajudar.
Situações pelas quais passamos na França:
Parados no meio da rua, rodando um mapa nas mãos, um francês oferece ajuda. Aconteceu mais de uma vez, mas a melhor delas foi uma velhinha, em Paris, que nos acompanhou dando dicas e explicações de coisas interessantes para ver.
Na bomba de gasolina self-service (coisa difícil pra brasileiros), o nativo simpático ajuda e dá uma aulinha de como usar.
Na calçada em obras onde não dava para usar as rodinhas, moço carrega a mala de Mme. Marina até um local plano e seguro.
Entramos por engano num estacionamento particular. Antes de conseguirmos sair, aproximam-se duas velhinhas. Para dar bronca? Não, para oferecer a vaga delas no estacionamento emprestada, já que nenhuma tinha carro.
Paramos na estrada para fazer um lanchinho e tomar uns goles de vinho da garrafa mesmo. Um casal que morava lá por perto, numa casa bem simples, nos ofereceu copos emprestados.
No supermercado, perdidos na imensidão de opções de queijos, um rapaz que estava por ali escolhendo seu queijinho nos dá várias dicas, em português.
Algumas dicas para se dar bem com nossos amigos que bufam:
Pratiquem a cortesia. Cumprimentem, peçam por favor e agradeçam sempre, em qualquer situação, seja no hotel, na restaurante, na loja de lembrancinhas ou na rua. Em francês, se possível, não custa aprender um pouquinho antes de viajar.
Controlem um pouco a animação, nada de comportamento excessivamente ruidoso no restaurante, por exemplo.
Evitem familiaridades: nada de fazer gracinhas, muito menos tocar nas pessoas.
Procurem não desrespeitar regras, eles se irritam bastante com isso.
Já estivemos três vezes na Provence e Côte d'Azur, que estão entre os pedaços mais bonitos da
França. Gostamos bastante do país, e não venham dizer que é porque os
franceses são uns chatos. Não achamos os franceses chatos, e ainda vamos falar
sobre isso aqui neste blog.
Nossas incursões pela Provence foram no verão, em julho, e não conseguimos ver os
famosos campos de lavanda floridos. Apesar do que informa este site e vários outros que consultamos, quando estivemos por lá as lavandas todas já haviam sido colhidas e estavam virando sabonete ou perfume em algum lugar. Isso quer dizer que voltaremos tantas vezes quantas a idade e o dinheiro permitirem, até vermos os malditos campos roxinhos.
Mesmo sem lavandas nos campos, a região é cheia de belezas
naturais,arquitetônicas, culturais,
culinárias etc. Faz um calor dos diabos, mas por toda a parte a gente encontra fontes e bicas para se refrescar, muitas delas de água potável e algumas brotando alegremente do chão.
Aix-en-Provence
Em nossa primeira viagem, escolhemos como base a cidade de
Paul Cézanne, Aix-en-Provence, onde ele pintou tantas vezes o Monte de Sainte-Victoire. É uma cidade bastante agradável para se hospedar e passear. Tem dois museus ótimos, a Fundação Vasarely e o Museu Granet.
O centro histórico tem alguns monumentos interessantes, uma estátua do
Cézanne, uma feirinha de produtos regionais durante o dia e, para quem
gosta, uma quantidade aparentemente inesgotável de lojas chiques e
caras. Um dos cartões postais da cidade é a Fontaine de la Rotonde, com água jorrando pela boca dos leões.
Fontaine de la Rotonde
Fundação Vasarely
Cour Mirabeau, centro de Aix
Fãs de Cézanne podem se sentir tentados a visitar o atelier do mestre, como nós. Mas é o seguinte: paga-se 13 euros por cabeça para ver apenas uma sala cheia dos cacarecos do artista e é tudo. Nem se pode fotografar. Programa só para quem se emociona com esse tipo de coisa, "oh, a canequinha do Cézanne". O mais interessante do local é o jardim que cerca a casa, muito bonito e de acesso gratuito. A casa onde o artista morou, chamada Jas de Bouffan, também está aberta à visitação, mas não fomos.
Placa que indica, no chão, o caminho para os sítios de Cézanne
Jardins do atelier
De Aix saímos para conhecer outras cidades da região, num carro alugado. Dá pra fazer a mesma coisa de trem, os dois jeitos tem vantagens e desvantagens. De carro tem-se mais mobilidade e menos preocupação com horários, mas achar lugar para estacionar a geringonça nas cidades grandes pode ser um problema chato.
Avignon
Na cidade francesa que já teve uns papas, a grande atração é o palácio dos ditos cujos, o Palais des Papes, que apenas fotografamos de longe, já que moradas de papas não são nossa praia. E também a Ponte de St-Bénézet, famosa por não ir para lugar nenhum. Quem visitar a cidade durante seu famoso festival de teatro vai encontrá-la em festa, cheia de grupos se apresentando pelas ruas, principalmente em frente ao Palais. É bonito de se ver, mas encontrar lugar para estacionar não é nada divertido. Dica: há uma área às margens do rio que se vê na foto onde é possível parar o estorvo de rodas sem pagar.
Palais des Papes durante o Festival de Avignon
Ponte de St-Bénézet
Les Beaux-de-Provence e Arles
Les Beaux-de-Provenceé umadessas lindas vilas medievais de pedra onde todas as nossas fantasias sobre a região cultivadas pelo cinema francês viram realidade. Vielas estreitas, igrejas antigas, pracinhas, chafarizes, casas de pedra com janelas de madeira coloridas, flores por toda a parte e belas vistas do entorno. No mais, uma profusão de lojas, restaurantes, docerias, sorveterias, galerias de arte e tudo o mais que o turista gosta, infelizmente a preços bem salgados. É uma dessas cidadezinhas francesas que apelidamos de fofocidades, de tão arrumadinhas e decorativas que até parecem cenográficas. Será?
Les Beaux
Les Beuax
Les Beaux
Les Beaux
Demos uma passadinha em Arles para ver grande atração da cidade, um bem preservado anfiteatro romano, programa excelente para quem gosta de anfiteatros romanos e nunca viu um. Visitamos também o Musée Departamental d'Arles Antique, muito bom.
Saint-Paul de Vence e outras paradas
Na Côte d'Azur nos deparamos com mais fofocidades de pedra, todas lindas, floridas e com nomes sonoros: Eze, Saint-Paul de Vence e Tourette-sur-Loup.
Eze
Eze
Eze
Saint-Paul de Vence
Saint-Paul de Vence
Tourrete-sur-Loup
Tourrete-sur-Loup
Estivemos também em Grasse, a terra do perfume, que é bonita mas bem
menos espetacular do que Eze e Les Beaux-de-Provence. Lá o grande programa é visitar
fábricas de perfume. Não fomos, mas tivemos a
péssima ideia de provar sorvete de lavanda (sim, isso existe), que
parece desinfetante gelado.
Grasse
Passamos também por Nice e não achamos lá grande coisa. Tem uma orla extremamente movimentada, a Promenade des Anglais, uma colina de onde se pode apreciar a bela vista da cidade e uma cidade velha que é, basicamente, velha.
Marseille
Em nossa segunda viagem à Provence, ficamos em Marseille e nos deslocamos de trem para visitar outras cidades. Marseille, para falar a verdade, não é grande coisa. O melhor da cidade é o belíssimo porto, de onde saem passeios de barco que passam pelo castelo de If, cenário do romance O Conde de Montecristo e vão até as calanques, falésias de rochas brancas que avançam para o mar de água azul.
Porto de Marseille
Marseille
Passeio de barco pelas calanques
Passeio de barco pelas calanques
A área ao redor do porto é muito animada, cheia de bares e restaurantes. Para quem gosta, é o lugar certo para comer uma porção de moules frites, que não são (felizmente) mexilhões fritos, mas mexilhões com batata frita, um prato por algum motivo famoso na cidade. José deu conta dos mexilhões e Marina se limitou às batatas.
Outra atração da cidade é o Palais Longchamp, com sua arquitetura um tanto exibicionista. Há dois museus no Palais, o de História Natural, que não conhecemos, e o de Belas Artes, pequeno e sem grandes atrativos, e um parque muito bonito.
Optamos por nos hospedar perto da estação de trem, para facilitar os deslocamentos. Dá para ir até o porto à pé, mas as ruas no caminho não primam pela limpeza.
Cassis
É uma cidadezinha litorânea muito movimentada, a poucos minutos de trem de Marseille, cuja grande
atração são as calanques, que podem ser vistas de barco ou à pé. O passeio de barco é feito em embarcações pequenas, que navegam entre as calanques e fazem paradas para banho. Quem preferir ir à pé, como nós fizemos, faz uma caminhada de uns 40 minutos e chega na calanque mais próxima do centro de Cassis por cima dela. A paisagem impressionante já vale a caminhada, e dá para descer até uma das praias. Da próxima vez faremos o passeio de barco, que chega nas praias mais bonitas. Cassis é muito bonitinha e até pensamos em nos hospedar lá, mas os preços são proibitivos pros nossos bolsos. Compensa ficar em Marseille, ao lado da estação de trem.
Saint-Rémy-de -Provence
Em 2015, querendo uma abordagem mais bucólica da região, decidimos nos hospedar em Saint-Rémy. É uma cidade pequena e agradável, cheia de pousadas com aquele ar de casarão rural de filme francês. Ficamos no Canto Cigalo, simples, confortável e cercada por um belo jardim. Só erramos em reservar, por descuido, um quarto sem ar condicionado e quase entramos em combustão espontânea, porque o ventilador não dava conta. Anotem aí: Provence, no verão, só com ar condicionado.
Os restaurantes da cidade são caríssimos, mesmo para os padrões da França. Não fizemos nenhuma refeição em restaurante em uma semana de estada, compramos comida no supermercado e pizza para comer no hotel. A dica é escolher pousadas mais simples, mas com geladeira no quarto, onde seja possível fazer refeições com algum conforto. O Cigalo permite que os hóspedes comam nas mesas do jardim ou no terraço.
O melhor de Saint-Rémy são os sítios arqueológicos: Glanum, uma vila dos séculos VII e VI a.C, e Les Antiques, conjunto de monumentos formados por arco de triunfo e um mausoléu. Dá para ir à pé a partir do centro, seguindo o que eles chamam de "rota Van Gogh", que consiste numa série de plaquinhas com reproduções de obras do artista nos locais que ele supostamente teria pintando, até chegar ao sanatório onde ficou internado uns tempos. Chega a ser engraçado como esse pessoal sabe aproveitar ao máximo o potencial turístico de uma cidade.
Les Antiques
Glanum
No mais, o centro da cidade é agradável, tem uma feirinha de produtos da região bastante apetitosa e alguns pequenos museus. Visitamos o Hôtel de Sade, um monumento antigo que exibe peças extraídas no sítio arqueológico de Glanum, mas que nada tem a ver com o Marquês famoso.
De Saint-Rémy partimos de carro para conhecer as cidades da região, particularmente as do Luberon. O espetáculo começa nas estradas:
Luberon
A região do Luberon é um parque natural cheio de aldeias (ou fofocidades) lindamente preservadas e decoradas. Gordes, com sua vista emblemática, é uma das mais famosas, mas há dezenas de outras, cada uma mais bonitinha do que a outra. Passamos por Roussillon, Cavaillon, Fontaine-de-Vaucluse, Isle-sur-la-Sorgue, Ansouis, Lourmarin, Bonnieux e provavelmente mais algumas cujos nomes já esquecemos. Para não gostar da região, precisa ser mais chato do que nós, o que é uma proeza para poucos.
Gordes
Paisagem do Luberon
Ansouis
Bonnieux
Em Roussillon, além das cidadezinha, há um parque chamado Le Sentier des Ocres onde se pode conhecer uma impressionante paisagem de falésias de areia em todas as variações de amarelo e laranja que se possa imaginar. Puro Van Gogh, mas muito poeirento e seco. Recomendamos levar muita, muita água.
Sentier des Ocres
Roussillon
Em Fontaine-de-Vaucluse a cor é o verde. A aldeia é cortada por um rio cristalino, que nasce dentro de uma caverna. Infelizmente não é permitido nadar, só molhar os pés na água geladinha.
Nîmes e Pont du Gard
Mais vestígios da ocupação romana da região podem ser vistos em Nîmes, que também possui sua arena (para quem gosta) e a Maison Carré, um templo romano muito bem preservado. Ao lado da Maison, num edifício moderna, há uma museu, uma biblioteca e, informação importante: banheiros!
O Pont du Gard é um enorme aqueduto com 49 metros de altura, muito impressionante. Sob ele passa um rio limpo e tranquilo onde se pode nadar, o que é uma ótima notícia quando a gente viaja no verão.
Mais fotos e mais informações sobre a região aqui: