domingo, 31 de maio de 2015

Buenos Aires política

Estes chatos adoram Buenos Aires. Vamos sempre, é tão pertinho e bacana. Além da arquitetura, do tango, das livrarias, do vinho e do sorvete de dulce de leche, encanta-nos a politização dos argentinos e sua determinação em não esquecer os horrores da ditadura. Essa preocupação com a memória se vê por toda a parte. Se for passear pelas ruas de Buenos Aires preste atenção no chão:






E nas paredes:





A poderosa imagem das mulheres com lenço na cabeça que enfrentaram a ditadura em busca de seus filhos e netos, e que ainda procuram por eles, está em toda parte.

Na Plaza de Mayo, pintada no chão ou exposições de fotografias:

O lenço branco na cabeça, símbolo das mães.
Exposição Fotoperiodismo en la calle (2011).

Nos museus:

Exposição no Museu Nacional de Bellas Artes, 2014.






Exposição no Museu Nacional de Bellas Artes, 2014.

E, naturalmente, no café da Associação das Madres de la Plaza de Mayo, na Praça do Congresso:

Con vida los llevaron, con vida los queremos!

Um safári fotográfico de grafites políticos pela Avenida de Mayo pode levar horas. Entre memórias do passado e lutas atuais, há de tudo e sobra para todo mundo.






Há muitos anos um acampamento de veteranos não-reconhecidos da Guerra das Malvinas ocupa parte da Plaza de Mayo. Se um dia forem embora, vitoriosos ou vencidos, vai ser até estranho.




Em nossa última viagem, em abril deste ano, visitamos o Parque de la Memória, um dos monumentos dedicados às vítimas da ditadura. É perto do Aeropark, dá para ir de ônibus ou táxi e vale a pena para quem gosta de monumentos. Chatos gostam de monumentos e de política.





Muro com o nome das vítimas identificadas até hoje.


E as passeatas e manifestações? Quem for pra Buenos Aires e não topar com pelo menos uma, pode desconfiar que está em cidade errada. Um dos lugares mais bonitos para ver e fotografar esses eventos é a Praça do Congresso:


Depois da passeata sugerimos pegar um cineminha no INCAA, ali mesmo na Praça. Se o filme abordar alguma questão ligada à ditadura, podem contar: no final a plateia aplaude e alguém sempre grita uma palavra de ordem emocionada. Eles são assim.