terça-feira, 19 de março de 2019

Hotéis para Chatos


Há quem goste de de luxo, há quem precise apenas de um quarto limpo onde jogar os ossos cansados e dormir. No meio, diversas categorias de turistas com algum dinheiro, mas não muito.  Desse vasto contingente fazemos parte nós dois, na categoria Gente Chata Mas Não Metida, ou seja, temos nossas exigências em termos de conforto e higiene, mas não precisamos de nada acima de nosso padrão de vida. Então vamos falar das coisas das quais gostamos nos locais onde nos hospedamos. Sem exigências descabidas, como o sujeito que vimos reclamando da “carta de vinhos” em sua avaliação de uma pousada de praia no Nordeste. Quem sabe o pessoal das redes hoteleiras do mundo nos lê e aprende alguma coisa.


Capricho e cuidado

O estabelecimento não precisa, realmente, oferecer muito, mas tudo o que se oferecer precisa ser minimamente decente. Não é necessário ter uma piscina - não para nossos padrões, pelo menos - mas se tiver, precisa ser limpa. Suja, melhor nem ter.

Colchão e travesseiros confortáveis, toalhas lençóis que não lixem nossa pele, almofadas ou travesseiros extras para ler ou assistir TV na cama. Leitura e TV ou celular são divertimentos muito populares nos quartos de hotel, portanto, esse pequeno conforto não tem nada de descabido.

E que dizer do ar condicionado? Simples: um bom ventilador pode ser bem melhor do que ar condicionado que não dá conta de refrescar o quarto.

Penduradores de roupas e objetos no quarto e banheiro, por favor! Um gancho na parede não é  um equipamento caro e facilita muito a vida de quem precisa pendurar um casaco, uma capa de chuva ou uma roupa de praia úmida. Muitos hotéis fazem apelos à reutilização das toalhas, em nome do meio ambiente. Tudo bem, a gente finge que acredita na preocupação deles e aprova a atitude, mesmo sabendo que a motivação é a economia, não a natureza. Mas,  para que o hóspede possa se enxugar na mesma toalha mais de uma vez, é preciso que as ditas cujas sequem. Então, é obviamente necessário que haja um local para pendurá-las, mais ou menos abertas. Já nos hospedamos em hotéis com quartos e banheiros espaçosos, mas com apenas um único pendurador para duas toalhas de banho.



Pontos de apoio para objetos utensílios simples que ajudam o hóspede a se sentir em casa. Se a mesinha do quarto ou a pia do banheiro não têm lá muito espaço, é bom ter uns aparadores ou cantinhos estratégicos para colocar o desodorante, os cremes, os óculos, os remédios... Um bom exemplo são as bordas dos revestimentos de parede do hotéis Ibis, suficientemente largos para servirem de apoio para coisas pequenas. 



Pelo menos uma cadeira no quarto, se não houver espaço para duas. O ser humano não fica apenas em pé ou deitado, às vezes a posição “sentado” é de interesse do hóspede. E cadeiras não servem apenas para apoiar bundas, podem ser usadas para colocar malas e outros objetos.

Tomadas em quantidade suficiente e adaptadores para quem viaja com celulares, câmeras, notebooks, tablets e outros bagulhos eletrônicos, ou seja, praticamente todo o mundo. Sem esquecer que duas pessoas viajando juntas terão, provavelmente, alguns desses bagulhos em dobro. Não tem cabimento, nos dias de hoje, hotéis com poucas tomadas no quarto ou que não forneçam adaptadores para  aparelhos alienígenas que não combinam com as tomadas locais.

Qualquer empresa que viva de hospedar seres humanos têm que ser capaz de cumprir essas exigências tão simples.

Café da manhã

Bem, o ideal seria ter café da manhã nordestino com tapioca feita na hora, suco de graviola, cuscuz, banana da terra e cartola no mundo todo, mas não é possível. Aceitamos essa realidade da vida. Num hotel médio, é justo esperar frutas, suco, queijo, presunto, pão, manteiga, café, leite, chá, achocolatado e alguma coisinha doce, como geleias, biscoitos ou um bolinho, ovos mexidos para quem gosta. Pontualidade importa. Quem tem hora marcada para ir embora ou fazer um passeio, por exemplo, não vai querer ficar esperando pelo café, nem mesmo 10 minutos.

Já nos hospedamos sem café da manhã e comprávamos alguma coisinha para comer ao acordar. Melhor assim do que pagar por café da manhã, desayuno ou petit-déjeuner vagabundo. Nesse quesito, vale muito a exigência do cuidado e capricho. O café da manhã é só café, leite e pão com manteiga? Dá pra aceitar em locais bem simples, mas o pão tem ser fresquinho, a manteiga em quantidade suficiente, o café quente e bem feito. Quem não é capaz de oferecer isso, que vá fazer outra coisa na vida.

Pessoal educado e eficiente

Óbvio, mas nem sempre disponível. Algo que faz muita falta é gente bem informada na recepção. Quem viaja precisa perguntar muita coisa além da localização dos pontos turísticos mais concorridos. Onde fica a farmácia ou supermercado mais próximo, onde encontrar restaurantes vegetarianos, condições de segurança da cidade, como se locomover usando transporte coletivo etc. Nesse aspecto,  é muito irritante topar com pessoal na recepção que omite ou distorce informações sobre transporte para vender passeios das empresas conveniadas ou estimular o uso de táxis. Às vezes a gente acredita que os ônibus de linha são muito ruins ou que o metrô não é seguro e depois descobre que foi enganado. Não é bonito mentir para os hóspedes, pessoal.

Luz e ventilação

Um dos maiores motivos de depressão causada por hotéis são os quartos escuros e mal ventilados. 

Ventilação é um luxo que nem toda construção tem, mas uma janela que a gente possa abrir pelo menos um pouquinho é sempre motivo de alegria.

Boa iluminação natural não dá pra ter em todos os quartos? Tudo bem, mas é difícil entender por que diabos um hotel decente, desses que ostentam até algumas estrelas, não é capaz de  oferecer simples lâmpadas que iluminem bem o quarto. Economia de energia, talvez? Ambientes escuros são deprimentes e não favorecem a leitura. Uma luzinha clara na cabeceira, pelo menos, não vai levar ninguém à falência.

Copos


foto: Matthew Matheson


Muitos hotéis "proíbem" o consumo de bebidas e alimentos do próprio hóspede nos quartos, mas todos estão carecas de saber que ninguém obedece. Exceto, talvez, as pessoas muito ricas, mas não conhecemos nenhuma para perguntar. Ou as muito tontas, que gostam de jogar dinheiro fora por acharem que é chique, mas também não conhecemos ninguém assim para confirmar a hipótese. Ou seja, praticamente qualquer turista mais ou menos normal vai preferir comprar uma garrafa de vinho no supermercado a pagar os preços exorbitantes cobrados pelos hotéis. Isto posto, copos de vidro no quarto são itens absolutamente necessários! A maioria dos hotéis onde nos hospedamos empresta cordialmente taças para levar ao quarto, reconhecendo a necessidade universal de tomar um bom vinho num copinho adequado. Numa pequena pousada em Calafate, Patagonia argentina, o moço não nos deixou pegar os copos de vidro comuns que estavam sobre as mesas, porque "vinho se toma em taça de vinho" e nos emprestou duas. É assim que tem que ser. Não tem copo para emprestar? Não voltaremos ao seu hotel e nem recomendaremos para os 15 amigos que acompanham este blog.

Limpeza

 Nem vamos falar de limpeza, porque não há muito o que dizer. É simples, tem que ser perfeita, ou quase. Padrão maníaco é o padrão adequado para esse quesito.

Tabela de avaliação

Os sites de reservas tem parâmetros de avaliação muito superficiais e subjetivas. Montamos, portanto, nossa própria tabela e deixamos como sugestão para quem quiser avaliar no "estilo chato".


Itens de conforto mínimo
Tem
Não tem
Satisfatório
Insatisfatório
Travesseiros extras




Lugar pra pendurar toalha




Penduradores de coisas no quarto




Cadeira




Superfícies para apoiar objetos




Copos no quarto




Empresta copos na recepção




Pessoal que responde perguntas




Lâmpada de cabeceira




Janela que abre




Porta ou cortina de box que fecha




Tomadas e adaptadores





E uma tabela específica para o café da manhã:

Café   -    forte (   ) fraco (   )   de coador (   ) de máquina
Chocolate em pó   -   bom (   ) ruim (   ) não tem (   )
Frutas   -   boas (   ) ruins (   ) não tem (   )
Suco de frutas   -   bom (   ) ruim (   ) mais de um sabor (   ) não tem (   )
Pão   -   caseiro (   ) industrializado (   ) bom (   ) ruim (   )
Bolo   -   caseiro (   ) industrializado (   ) bom (   ) ruim (   ) não tem
Geleias   -   caseiras (   ) industrializadas (   ) boas (   ) ruins (   ) não tem (   )
Chá   -   bom (   ) ruim (   ) mais de um sabor (   ) não tem (   )
Pratinho quente (ovo, tortas etc)   -   bom (   ) ruim (   ) não tem (   ) tô fora (   )
Coisas típicas do local   -   boas (   ) ruins (   ) esquisitas (   ) não tem (   )
Torradeira ou tostadeira   -   funciona (   ) não tem (   )
Quantidade   -   adequada (   ) muito boa (   ) passei fome (   )
Reposição    -   adequada (   ) muito boa (   )  passei raiva (   )





2 comentários:

  1. With its idyllic white sand beaches, hip restaurant scene and easy access to incredible Mayan ruins and crystal clear cenotes, Tulum is one of the Riviera Maya’s most popular tourist towns. From the popular Visit Gran Cenote! with its mix of caves, caverns and an open-air cenote and Cenote Dos Ojos, a magnet for divers, to the open waters of Cenote Zacil-Ha and Cenote Carwash there are some amazing cenotes near Tulum just waiting to be explored.

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