sábado, 17 de janeiro de 2015

Uma passadinha por Bogotá

Como faríamos escala em Bogotá para chegar em San Andrés, decidimos aproveitar para conhecer mais uma capital da América do Sul. As expectativas não eram muitas, mas acabamos por gostar. Passamos lá apenas duas noites e saímos com a impressão de que poderíamos ter ficado mais.

Optamos por nos hospedar no centro da cidade, bem pertinho do que parecia ser o mais interessante da cidade e ao lado do Museu Nacional. Hotel Íbis Museo, prático, limpo e despretensioso. A vizinhança é bastante agradável para turistas, perto do centro histórico, cheia de lojinhas de artesanato e produtos típicos, monumentos, museus, construções antigas e restaurantes.

Artista de rua em Bogotá

Centro histórico
O centro histórico de Bogotá é bastante interessante, abrigando alguns museus (do Ouro, Botero, do Banco da República, da Esmeralda), igrejas e casarões coloniais. Caminhamos, pela Carrera 7, do hotel até a Plaza Bolívar, passando por vários centros de artesanato, alguns bons restaurantes e outros com aparência um tanto duvidosa e comércio em geral, principalmente roupas. Também tinha muitos ambulantes no percurso todo.

Catedral Primada de Colombia
De um lado da Plaza Bolivar se encontra a imponente Catedral Primada de Colombia. Na praça e no calçadão (via peatonal, em espanhol) da Carrera 7 impera a típica muvuca turística com acentuada coloração local, muito divertida. Aos domingos tudo fica lotado de turistas, nativos domingueiros, vendedores de frutas e comidinhas em geral, artistas de rua e proprietários de lhamas alugando os bichinhos para a gente tirar fotos com eles. Bem, talvez sejam guanacos ou alpacas, ainda não entendemos direito a diferença entre essas três espécies peludas, todas bonitinhas. Como não gostamos desse tipo de exploração de animais para diversão humana, preferimos não colaborar.

O bairro da Candelária preserva os casarões com seus típicos balcões, além da igreja com o mesmo nome, o Centro Cultural García Marquez e a biblioteca Luis-Ángel Arango. Não visitamos o Centro Cultural porque não deu tempo, e dispensamos a biblioteca porque já basta passarmos o ano todo em nossas próprias.

No que parece ser um estacionamento, com entrada pela 7 e por uma transversal, ao lado do Museo de Arte Moderno de Bogotá (Mambo) e da Biblioteca Nacional, são montados, aos domingos as barraquinhas do Mercado de Pulgas San Alejo. Grande e muito animado, mas só recomendamos para os fãs incondicionais desse tipo de comércio.





Cerro Monserrate
Bogotá vista do Monserrate
Aparentemente é a grande atração local, aquela que todos guias turísticos, taxistas e moças do hotel recomendam com entusiasmo. Os nativos parecem se orgulhar muito de seu cerro. Como gostamos de lugares altos, lá fomos nós enfrentar uma hora de fila para quase nada. Lá em cima encontramos apenas um santuário católico, com muitas lojas vendendo terços, santinhos e outros artigos de gosto e caráter religioso bastante duvidoso. A arquitetura do local não é particularmente atraente, e mesmo sua beleza simples estava seriamente comprometida por uma decoração natalina à base de enormes laços vermelhos e flores coloridas que prejudicavam as nossas fotos. Nem a vista é tão bonita assim, Bogotá vista de alto não tem muita graça. Apenas uma paisagem urbana desolada e árida.

A subida pode ser feita por funicular ou teleférico. Se ao menos tivessem aquelas cadeirinhas abertas, seria mais divertido e mais refrescante. Pagamos 17 mil pesos (mais de 8 dólares) cada um pelo passeio. Não vale a pena, a menos que você seja um católico devoto do santo cultuado lá em cima.


Os museus
A cidade tem vários. Visitamos o Museu del Oro, o Museu Botero e a Colección de Arte del Banco de la República, todos muito bons. O primeiro tem um riquíssimo e muito bem apresentado acervo de objetos pré-colombianos de ouro: adornos, máscaras, joias, coroas e esculturas de uma beleza quase sobrenatural. Valor do ingresso: 3.000 pesos colombianos (menos de 2 dólares).
Peça do Museo del Oro
Os outros dois tem entrada gratuita e os seus prédios estão bem próximos, quase integrados. O Museu Botero possui, além das obras do mestre das figuras redondas, uma ótima coleção de artistas internacionais, incluindo Picasso, Dali, Miró e Matisse. O prédio é colonial antigo, com belos balcões de madeira e um pátio interno florido. O museu do banco tem um ótimo acervo de arte contemporânea, e exibia uma mostra do argentino Víctor Grippo quando estivemos lá. No mesmo conjunto está o Museu da Casa da Moeda, mas esse nós não vimos (não é lá muito nossa praia).
Museu Botero
Também não conhecemos, porque não deu tempo, o Museu Nacional e o Museu de Arte Moderna de Bogotá (Mambo). Ficam para a próxima.


Comida e bebida
Comemos muito bem em dois locais: a Pasteleria Florida, um café na Carrera 7 com aspecto de lugar tradicional, tão bonito quanto os de Buenos Aires, e o El Bembé, restaurante cubano ao lado do nosso hotel. Na Florida, os destaques são os doces e tortas, mas o tamal, uma espécie de pamonha salgada com recheio de frango e carne de porco, típico de lá, estava muito saboroso, além de barato, e a lasanha vegetariana também não deixou a desejar. No cubano comemos pratos de carne de porco com patacón (banana frita) e moros y cristianos, ou seja, arroz com feijão preparados juntos. O bom e velho baião de dois.


Tamal

Para os destemidos e despojados, a comida de rua em Bogotá é bastante atraente. Vimos mangas verdes cortadas em pétalas, vendidas com sal e outros temperos, saladas de frutas, patacones e arepas apetitosos, umas massas parecidas com panquecas e servidas com geleias e doce de leite, além de diversas comidas salgadas. No domingo, vimos umas mulheres em barracas com aspecto de limpeza, tanto dos utensílios quanto das próprias vendedoras. Mas não somos destemidos nem tão despojados, e preferimos não nos arriscar com micróbios de outros países.

Mangas verdes
O famoso café colombiano é oferecido em diversas formas: o próprio grão ou pó, nas mais diversas embalagens e preços, o grãozinho coberto com chocolate, caramelos e torrones. Trouxemos um pacote de café dito gourmet (afinal, somos paulistas). Gostoso.

A cerveja Club Colombia, em suas versões vermelha e dourada, foi nossa companheira de viagem constante e não decepcionou. Nos mercados encontramos bons vinhos chilenos, mas o preço é meio salgado.  

Vale muito a pena dar uma espiada na seção de frutas dos supermercados. Compramos umas amarelinhas chamada uchuvas, boas demais, tanto in natura quanto na condição de recheio de bombons.


Compras
Além do café e seus derivados, o grande interesse são as esmeraldas. A Colômbia é o país das esmeraldas. Há inúmeras lojas no centro, e o preço deve ser cuidadosa e valentemente pechinchado. Nós nos concentramos nas bijuterias em prata, já que o ouro não é muito do nosso gosto e nem para nosso bico. Um anel com uma esmeralda de tamanho e qualidade razoáveis, montada em prata,  custa de 200 a 500 mil pesos, mas dá para encontrar opções mais baratas, com pedras pequenas ou não muito transparentes. As mulheres que gostam de pedras pequenas em montagens delicadas vão se divertir mais e gastar menos do que as amigas das pedronas. Encontramos os melhores preços em duas galerias ao lado do Museo del Oro, mas não tivemos muito tempo para pesquisar. Fora do circuito turístico talvez as esmeraldas sejam mais acessíveis.


Faltou...
Teríamos ainda gás para visitar alguns outros museus - Museu Nacional, Mambo, Museu da Esmeralda etc. - e conhecer a Zona Rosa, que concentra as lojas, bares e restaurantes mais badalados da capital colombiana. Um passeio que parece ser interessante é a visita à cidade colonial de Zipaquirá (menos de 50 Km de Bogotá), com uma catedral de sal construída no interior das minas. 


2 comentários:

  1. Me encantó ler el texto e identificar características de mi ciudad natal a través de la perspectiva paulistana. ¡ Los esperamos de vuelta!, ¡ Bogotá 2600 metros más cerca de las estrellas!

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