Duas decepções: fecharam nossa sorveteria predileta, o centenário Vesúvio, e um dos nossos restaurantes mais queridos, onde passamos o Ano Novo algumas vezes, o Arturito. A crise econômica e a pandemia acabaram com o Vesúvio, onde tomávamos sorvete de doce de leite, puro ou com nozes, e figos ao conhaque. Com o Arturito, não sabemos o que aconteceu. Como lembrança, guardamos os guardanapos personalizados que ganhamos lá numa dessas passagens de ano. Uma pena, ou melhor, duas penas.
Felizmente, não faltam sorveterias e restaurantes simpáticos na cidade. Reencontramos a pizzaria Roma, que serve pizzas boas e baratas num ambiente barulhento e popular, e o Cumaná, onde se comem pratos da cozinha regional argentina, muito criativos e bem diferentes das carnes e massas da cidade - que também são muito boas. O melhor de tudo: Buenos Aires é uma das poucas cidades que conhecemos onde se pode pedir um bom vinho no restaurante sem ir à falência. Vinhos, na Argentina, geralmente são até mais baratos do que cerveja.
E claro, como não podia deixar de ser, fizemos a ronda das livrarias, fomos ao Museu Nacional, maravilhoso e gratuito, e voltamos ao nosso cinema predileto em Buenos Aires, o Cine Gaumont-Incaa, agora reformado. Infelizmente, o filme que vimos não era muito bom e os diálogos estavam bem difíceis de entender, mas valeu pelo reencontro com o cinema.
Fizemos um longo passeio, a pé, pelos Bosques de Palermo, onde encontramos alguns monumentos que não conhecíamos, como o Pátio Andaluz e a Coluna Persa.
A caminho do Jardim, entramos num museu que não conhecíamos, o Museu Nacional de Artes Decorativas, instalado no palácio que pertenceu à família Errázuriz Alvear. Palácios e artes decorativas não estão entre nossos maiores interesses, mas estávamos precisando de uma pausa, e entramos. O museu é bonito, e estava com instalações de arte contemporânea em todas as salas, dialogando com os espaços e acervo. Valeu a pena.
Em Palermo fica o parque El Rosedal, um jardim de rosas. No inverno, as roseiras não estão floridas, mas no verão o local é um espetáculo. Anotem aí: Jardim Japonês com cerejeiras no inverno, Rosedal com rosas no verão (mas os jardins são um bom passeio em qualquer época do ano).
Bem perto do Rosedal está o pequeno Museu Eduardo Sivori, que além da coleção, também tem um jardim interno, bom para descansar pés e pernas exaustos.
E não podia falta uma visitinha à Floralis Generica, na Recoleta, a gigantesca flor metálica que representa, segundo seu criador, todas as flores do mundo. Ela abre e fecha conforme a luz do sol, mas nunca testemunhamos esse evento.
Gostamos de ver que o Gomero da Recoleta, uma árvore com 10 metros de diâmetro e galhos com cerca de 30 metros de comprimento, tida como a mais antiga da cidade, ganhou um reforço poderoso: o titã Atlas, que deixou de sustentar o globo terrestre e foi lá dar uma força para o Gomero.
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