quarta-feira, 26 de fevereiro de 2014

Peru - surpreenda-se!

Só o menos chato de nós botou os seus pezinhos no Peru, em novembro de 2011 e em maio de 2013. As duas viagens foram cheias de surpresas, e todas elas muitos boas. O Peru é um pais surpreendente, com um monte de coisas pra visitar, um povo muito simpático e, ponto fraco do José,  uma gastronomia maravilhosa. 

Na primeira das viagens visitei Lima, Cuzco e Machu Picchu. Na segunda Cuzco, Puno, Arequipa e Lima.

Lima é a porta de entrada do país, embora as principais atrações do Peru não sejam tão perto da capital. Em Cuzco, uma das cidades mais visitadas, me disseram que havia planos para a construção de um aeroporto internacional, mas forças políticas impediram a concretização do empreendimento porque senão "as pessoas não visitariam Lima". A duração do voo até Lima é de aproximadamente 5 horas e daí para as principais cidades (Cuzco, Arequipa, Puno, Trujillo, Chiclayo e Piura) de em torno de duas horas. Para Iquitos, na selva amazônica, um pouco mais.

TACA e LAN fazem voos direto São Paulo/Lima e também os trechos Limas/outras cidades. Vale a pena comparar os preços.

No Peru os táxis não têm taxímetro e por isso é necessário negociar o preço antes da corrida.

Embora a moeda nacional seja o nuevo sol, o dólar é aceito em algumas lojas e se pode fazer o cambio em qualquer agência bancária, sem burocracias, Cuidado com os cambistas nas ruas das cidades do país.


Lima
Encontrei, nas duas vezes em que estive lá, uma cidade muito limpa e segura. Fiquem tranquilos. 

Lima é uma grande cidade e ao mesmo tempo um pouco deserta, mas o trânsito não é tão sossegado não. Dizem que o sol não aparece muito por lá, mas também não chove quase nunca - a cidade está quase sempre envolta por um nevoeiro.

É uma cidade litorânea e sua disposição é ao longo da costa - as praias não são boas, mas a vista delas dos acantilados é fantástica. Lima está 150 metros acima do nível do mar, formando penhascos em quase toda a sua orla. A cidade  é bastante agradável e rende pelo menos 3 dias de visita.Vale a pena conhecer:
  • O centro histórico, muito bonito e conservado, com sua arquitetura colonial - observe os balcões: a Plaza Mayor, ladeada pela Catedral e Arzobispado de Lima, Palácio do Governo do Peru, Palácio Municipal de Lima, Palácio de la Unión e La Guardia Real; O Museu de Arte de Lima; a Basílica Menor e Convento de São Francisco o Grande; a Plaza San Martín, patrimônio cultural da humanidade; as Muralhas de Lima.
Arzobispado e Catedral     -     Basílica de San Francisco
Plaza Mayor e Catedral     -     Plaza San Martín
  • Os bairros Pueblo Libre (restaurantes); San Isidro (hotéis e restaurantes); Miraflores (hotéis, restaurante, comércio, artesanato) e Barranco (muitos restaurantes e lugar de agito, tipo a nossa Vila Madalena). Há muitos parques na cidade, inclusive a beira mar, como o Parque Central de Miraflores e Parque del Amor.
Faro de Miraflores  -  Plaza del Amor
  • Huaca Pucllana (Juliana), em Miraflores e Huaca Huallamarca (Pan de Azúcar), em San Isidro, sítios arqueológicos muito interessantes, em plena área metropolitana.
Huaca Huallamarca          Huaca Pucllana
  • Os mercados de artesanato com zilhões de coisas, de camisetas a produtos de baby alpaca, de chaveiros a jóias. Tudo muito barato, o que é uma tentação para os consumistas.

Cuzco
Aterrissar em Cuzco é empolgante e talvez um tanto assustador: o aeroporto é em um desfiladeiro e parece que o avião não vai conseguir chegar ao solo sem bater uma das asas nas montanhas, mas me contaram que os pilotos dessa rota são bons de mira.

Para os que não estão acostumados com grandes altitudes, como eu - a cidade está a 3.400 metros - a primeira preocupação ao pousar em Cuzco é com a dificuldade para respirar e cansaço, que eles chamam de soroche. Aconselham a descansar por pelo menos duas horas, depois de devidamente instalado no hotel, fazer refeições leves e  tomar muito chá de coca. Não dá barato não, tá!

As atrações na cidade estão perto da Plaza de Armas: a catedral, Compañía de Jesús, Santa Catalina, La Merced, Iglesia de San Francisco, o Museu Inka, os mercados de artesanato e produtos locais e o bairro de San Blás, local descolado. Perto da praça e em San Blás se encontram a maioria dos hotéis, restaurantes e botecos.
Plaza de Armas, Catedral e Compañía de Jesús
Pertinho de Cuzco ficam as impressionantes ruínas de Sacsayhuaman, segundo maior conjunto arqueológico inca. Aconselho a subir de táxi e voltar a pé. 
Sacsayhuaman
É possível fazer passeios de um dia pelas cercanias da cidade. Fiz dois deles:
  • Vale Sagrado, visitando Pisac e Ollantaytambo
Pisac   -   Ollantaytambo
  • Chinchero, Moray e Salineras de Maras
Chinchero e Centro de Mulheres Artesãs
Moray e Salineras de Maras
Cuzco é o principal ponto de partida para a atração mais visitada do Peru: Machu Picchu.


Machu Picchu
Pode-se chegar a Machu Picchu de trem ou por trilha. Vou falar sobre o trem, que foi o meio de transporte que usei. As trilhas agora são somente acessíveis com guias devidamente cadastrados.

O trem da PeruRail parte da estação de Poroy (aproximadamente 10 Km do centro da cidade) e é possível ir de táxi (25 nuevos soles em aproximadamente 20 minutos) ou comprar o bilhete combinado ônibus/trem. A estação final é em Águas Calientes, de onde saem vans e micro-ônibus até a entrada de Machu Picchu. Como o número de visitantes diários é muito grande e existe um número máximo permitido, é melhor garantir os bilhetes de trem e o ingresso para o parque. O boleto para o Parque Nacional de Machu Picchu pode ser comprado em Cuzco ou pelo site http://www.machupicchu.gob.pe/.
Machu Picchu
Eu fui e voltei no mesmo dia. É cansativo, mas não morri e muita gente faz isso. Em Águas Calientes existem hotéis para os que preferem ficar mais de um dia. A viagem Poroy/Águas Calientes dura pouco mais de duas horas e é muito confortável.


Arequipa
Conhecida como 'a cidade branca', por suas construções em sillar - pedra de origem vulcânica, Arequipa está a 2.300 metros de altitude e é dominada pelo vista do Místi, vulcão ainda ativo de quase 6.000.
Plaza Mayoy
Iglesia Santa Marta, com o Místi   -   Basílica Catedral
As principais atrações na cidade são: caminhar pelas ruas do centro histórico; a Plaza de Armas, ladeada por lindos edifícios em estilo colonial (a maioria deles são lojas, restaurantes e hotéis); a imensa Basílica Catedral; o Monastério de Santa Catalina, uma cidade dentro da cidade; o Complejo San Francisco, formado pela igreja, praça, museu municipal e centro de artesanato; a Iglesia Santa Marta e a Plaza España; Iglesia e Clautros de La Compañía; o Museo Santuários Andinos.

Valle del Colca
Existem passeios por alguns vilarejos próximos, mas não fiz nenhum deles. O que é mesmo imperdível é o passeio para o Valle del Colca. As agências oferecem opções de 1 dia, saindo de madrugadinha e de 2 dias, incluindo 2 almoços, um jantar-show e pernoite em Chivay - foi esse o que eu fiz e o show não foi mico. O roteiro inclui várias paradas em miradouros nas montanhas, no vale, alguns vilarejos (me lembro especialmente de Maca) e locais onde se pode apreciar as llamas, as alpacas e outros bichinhos bonitinhos. 

El condor pasa

O ponto alto do passeio é o Santuario del Condor. Quando você começa a ver os condores sobrevoando sua cabeça, o primeiro pensamento é que parecem urubus. Mas observando melhor esse bicho enorme, com mais de 3 metros de envergadura das asas e sua plumagem, principalmente o colar de penas brancas, e tentando loucamente fotografar ou filmar os pássaros, você percebe que está diante de algo incrível. Dá para ficar horas acompanhando sua dança, seus rodopios no cenário do imenso desfiladeiro e a reação dos espectadores.

Para os amantes, existem, por toda a cidade, lojas dos chocolates La Ibérica, com diversos recheios, inclusive de pisco.


Puno
Pequena cidade na divisa com a Bolívia. O interessante aqui é o passeio pelo Titicaca - o lago navegável mais alto do mundo, visitando as ilhas de Uros e Taquile. 

Uros é uma ilha flutuante, toda construída de uma planta chamada totora: chão de totora, casas de totora, barcos de totora. 
Uros

Taquile

Taquile é uma ilha natural, cuja vila fica no alto de uma colina, a 200 metros acima do lago. Para chegar até ela existem dois caminhos: uma escadaria com trocentos degraus ou uma trilha de quase 3 quilômetros. Meu grupo subiu as escadas e desceu pela trilha. Uma curiosidade da comunidade taquilenha é seu vestuário,  diferenciado conforme o estado civil de cada um.


Gastronomia
A gastronomia peruana é riquíssima: deliciosa, hiper-variada, sempre muito bem apresentada e não muito cara. Os principais ingredientes são as batatas; o tomate; o milho; a quinua; o abacate; o ají; carnes de vaca, frango e porco; peixes e frutos do mar.

Os principais pratos típicos são: lomo saltado; causa limeña; anticuchos; ají de galina, rocoto relleno; ceviche de pescado; arroz com mariscos; tacu-tacu; arroz chaufa; sopa criolla; cuy (porquinho da índia); palta a la jardinera.

A bebida clássica do Peru é o pisco sour, mas há uma boa cerveja peruana - a Cuzqueña. Também vale a pena provar a chicha morada, refresco feito de milho roxo e o tradicionalíssimo Inka kola, refrigerante com cor e gosto esquisito (em português mesmo). Um doce tradicional do Peru é o turrón de Doña Pepa, bastante diferente do turrón espanhol e o queso helado, vendido nas ruas em diversas cidades.

Alguns restaurantes em Lima: Mi propriedad privada, Amaz, Canta rana, Panchita, Estadio, El Tarwi, Las Mesitas, 


Para a próxima ...
Trujillo, para conhecer a maior cidade de barro do mundo - Chan Chan - e as Huacas del Sol e de la Luna.

Paracas, para visitar as Islas Ballestas e sobrevoar as Linhas de Nazca.

segunda-feira, 17 de fevereiro de 2014

Espanha: primeiros passos na Europa


Já havíamos viajado bastante pelo Brasil, mas faltava coragem pra enfiar a cara na Europa. Vontade não faltava, mas tínhamos vários impedimentos: idioma, medo de voar, insegurança etc. Até que um dia, em 2007, decidimos atravessar o charco. E o destino escolhido foi a Espanha, afinal imaginávamos que conseguiríamos nos comunicar em portunhol.

Decidimos aterrissar em Madri, ficar uns dias, alugar um carro, conhecer as cidades por perto e depois descer pra Andaluzia e seguir pela costa até Barcelona.
No roteiro constava Madrid, Segóvia, Ávila,Toledo, Córdoba, Sevilha, Granada, Valência e Barcelona. E entre Sevilha e Valência queríamos conhecer algumas cidadezinhas andaluzas - os "pueblos blancos". 

Levamos um desses guias de viagens sem luxos, o Trotamundos, que foi nossa fonte de informação principal para pontos turísticos e hospedagem. Funcionou bem, de maneira geral. Ficamos principalmente em "hostales" baratos e limpinhos, ou quase, e não nos arrependemos.

O frio
Viajamos no inverno, de janeiro a fevereiro, e mesmo não tendo sido um inverno rigoroso para os padrões europeus, o choque do frio foi algo inesquecível. Enquanto acompanhávamos as temperaturas espanholas pelos sites de clima, estávamos confiantes. Moradores de São Paulo, pensávamos conhecer bem o conceito de frio. Não conhecíamos. Por sorte não acreditamos nos amigos experientes em viagem e consumo que nos aconselhavam a comprar casacos na Espanha, "muito bons e mais baratos". O irmão da Marina deu a dica valiosa que sempre repetimos para quem viaja para o frio: para sair do aeroporto e chegar até o hotel vocês vão precisar de um casaco. Então, amigos das compras, lembrem-se: os casacos europeus são ótimos, mas vocês precisam, pelo menos, chegar vivos ao hotel e descobrir onde ficam as lojas de roupas da cidade. 

Nossas primeiras compras em Madrid: manteiga de cacau para os lábios masculinos, que não usam batom e ressecam num instante; luvas para todas as mãos.
Detalhe cômico: as madames que andam pelas ruas com repugnantes casados de peles, se achando muito elegantes, mais parecem enormes coelhos gordos de duas pernas.

Madrid

Nessa nossa primeira incursão, conhecemos os dois grandes museus da cidade, o Prado e o Reina Sofía. Quem gosta de museus precisa reservar um dia para cada um, para aproveitar bem, porque são muito grandes. Há outro museu excelente, o Thyssen Bornemisza, que deixamos para nossa segunda viagem. É bom verificar, nos sites, quais são os dias e/ou horários de entrada gratuita nos museus. Vale a pena encarar as filas para economizar uns trocados quando o preço é em euros.

Fomos ao belíssimo parque El Retiro, ao mercado de pulgas El Rastro - passeio só para quem gosta dessas coisas - e ao Templo de Debod, um templo egípcio inteirinho que a Espanha ganhou de presente. Passamos em frente ao Palácio Real mas não entramos, não temos muita paciência para interior de palácios. Por fora são sempre mais bonitos.

No mais, é uma delícia passear pelas ruas de Madrid, fotografando e observando a cidade. Um trajeto básico é a caminhada, não necessariamente no mesmo dia,  pela Gran Via, Paseo del Prado, Calle de Atocha e algumas outras ruas. Neste circuito ficam os 3 grandes museus de Madrid, o Parque El Retiro, as fontes de Netuno e Cibeles, a Plaza Mayor, o Palácio Real de Madrid, a Plaza de España, a Puerta del Sol, lojas, bares e restaurantes. 

E por falar nisso, quem quiser ver as fotos clica aí :

http://www.flickr.com/photos/jo_ma/sets/72157620362470681/

Segóvia e Ávila
Duas pequenas cidades para passar um dia, ou meio dia, dependendo da pressa.

Em Segóvia a grande atração é o aqueduto romano, mas há também uma catedral e um alcázar, ou palácio, tudo muito fotogênico. E o gordíssimo café da manhã composto por chocolate e uma gigantesca porção de churros foi um dos melhores no gênero.

Em Ávila está a muralha mais preservada e inteirona de toda a Europa, menos impressionante do que o aqueduto, mas bem bonita. No centro da cidade há uma daquelas praças quadradas com lojas de doces nos quatro lados. Chocante.



http://www.flickr.com/photos/jo_ma/sets/72157620280977883/

Toledo
Mais uma catedral, um alcázar e muitas ruelas medievais pra bater perna. Bairro judeu, mesquita, que vimos só por fora, e muitas lojinhas. O artesanato típico da cidade é o damasquinado, um trabalho feito com fios de ouro ou prata, que pode ser encontrado por toda a Espanha. Lindas bijuterias, pratos, objetos diversos. No bairro judeu, que eles chamam de "judería", dá pra ver os artesãos fazendo as peças.

Toledo é a cidade do pintor El Greco. Sua tela "O enterro do Conde de Orgaz" está lá, numa igreja do centro da cidade. Marina decidiu pagar 6 euros pra ver o conde, pensando que talvez tivesse um banheiro na igrejinha. Não tinha. Vale a pena para quem for louco por El Greco e não estiver com vontade de fazer xixi.

A cidade é grande, requer pelo menos um dia inteiro para passear e comprar muito mazapán (marzipã), o melhor que comemos na Espanha.

http://www.flickr.com/photos/jo_ma/sets/72157620736270698/

Valência
O centro histórico da cidade rende um passeio bastante agradável, caminhando pela Plaza de la Virgen, com la Fuente del Turia, a catedral e muitos belíssimos edifícios. O rio Turia passava pela cidade, mas após algumas inundações foi desviado e seu antigo leito transformado em área de lazer para a população. Perto da Plaza del Ayuntamiento se encontram muitos hotéis, restaurantes e ruas de comércio.

O cartão postal de Valência é a Cidade das Artes e das Ciências, com os belíssimos prédios de Santiago Calatrava.

Valência é a terra natal da paella e da horchata e tem uma festa tradidional - las fallas, em março. Não experimentamos nenhuma das 3 coisas em nossa visita.

Em Valência fomos ciceroneados por nossos amigos que moram lá, que nos mostraram a cidade e nos alimentaram. Depois de alguns dias de comida espanhola, pudemos comer arroz com feijão, para nossa alegria. Muchísimas gracias Regina e Carlos.

http://www.flickr.com/photos/jo_ma/sets/72157620736306356/

Andaluzia
Nossa região predileta na Espanha: quente, com gente bonita e simpática, boa comida e os maravilhosos monumentos remanescentes dos séculos de domínio muçulmano.

Em Córboba, o destaque é a impressionante Mesquita-Catedral, com sua floresta de colunas e arcos vermelhos e amarelos.  Diz a lenda que  o rei cristão, quando os muculmanos foram expulsos da cidade, teria mandado derrubar a mesquita e construir uma catedral em seu lugar. Mas quando chegou à cidade e viu o que estava sendo destruído, mandou parar, e hoje temos uma mesquita com uma catedral dentro. A parte mesquita é uma maravilha, a igreja não tem tanta graça.
E também tem um alcázar na cidade, uma ponte romana, o rio Guadalquivir, ruelas, lojinhas e uma tortilla gigantesca num concorrido boteco perto da mesquita. Dois ou três dias em Córdoba são suficientes.

Meninas, atenção para o artesanato em filigrana de prata. Não tem igual e não é tão caro.


Em Sevilha, surpresa, tem uma alcázar e uma catedral. No final da viagem já estávamos rosnando "que saco, mais um alcázar". 

A Catedral de Sevilha é uma impressionante enormidade, muito apropriadamente apelidada Montaña Hueca. Lá dentro parece que a gente está em Moria ou algo assim. E dá para subir na torre chamada La Giralda, minarete que sobrou da antiga mesquita, menos sortuda que a de Córdoba. Em uma das esquinas da enormidade fica uma padaria chamada Horno de San Buenaventura, onde compramos tortas de aceite, por indicação de uma amiga gourmet. Massinha delicada que leva azeite e erva doce em sua composição, boa demais. Se tomarem café da manhã nesse horno, não se espantem se o balconista perguntar se vocês querem sua torrada com manteiga ou azeite, lá isso é normal.

Mais lugares bonitos: Plaza España, muito fotogênica, Jardim Maria Luísa, Torre do Ouro. Sevilha rende, no mínimo, uns três dias de alegre permanência.


Cádiz foi onde avistamos o mar pela primeira vez na Espanha. Tem uma orla muito bonita e agradável, com muitas praças, jardins e um forte. Quando José avistou aquele lindo marzão azul ficou até emocionado em ver pela primeira vez o Mediterrâneo. Mais tarde descobriu que o mar que banha a cidade de Cádiz é o nosso velho conhecido Atlântico. No mercado da cidade provamos um inesquecível pan de higo, doce feito de figos secos amassados com nozes.

http://www.flickr.com/photos/jo_ma/sets/72157620418466006/

Tarifa é a cidade mais ao sul da Espanha e o divisor dos mares, no estreito de Gibraltar. Aí sim José viu pela primeira vez o Mediterrâneo, mas já não teve a mesma graça. Dizem que de Tarifa se avista o Marrocos, mas nós não vimos nada. Dizem também que é muito comum avistar baleias e golfinhos, mas.necas de pitibiribas. A parte antiga da cidade é toda amuralhada e cheia de vielinhas - um verdadeiro labirinto. 

http://www.flickr.com/photos/jo_ma/sets/72157620736201040/


Granada tem algo especial, que valeria por si só o preço da passagem para a Espanha: a Alhambra, uma fortaleza do período muçulmano, com palácios e jardins que fazem a gente pensar que está sonhando.
Come-se muito bem em Granada, em alguns botecos o tapa é quase uma refeição. Mas tomem cuidado com os restaurantes marroquinos, tem uns que servem ótimos pratos mas não têm bebidas alcoólicas, porque são muçulmanos. Um pouco frustrante.


http://www.flickr.com/photos/jo_ma/sets/72157620418842890/

O passeio pelos Pueblos Blancos incluiu uma passada de algumas horas em Jimena de la Frontera e Arcos de la Frontera. Fora de temporada não havia muitos turistas nas cidades, e atraíamos a atenção dos nativos, muito simpáticos. Uma senhora até nos convidou para entrar em sua casa e conhecer um típico pátio andaluz. 

Na viagem, passamos por por várias outras cidadezinhas - Vejer de la Frontera, Olivera, Grazalena - e também visitamos o bairro troglodita de Guadix, com as casas escavadas nos montes argilosos, sendo possível avistar apenas as portas e as chaminés dessas moradias.

Depois de encarar uma estrada de montanha um tanto assustadora para os mais medrosos, chegamos a Ronda, onde nos deparamos com a impactante paisagem da cidade dividida em duas partes por um precipício, conhecido como el Tajo de Ronda (penhasco de Ronda). A ponte da foto abaixo é a Puente Nueva. Imaginem a velha...

  


Barcelona
Gaudí e suas maravilhas, a Sagrada Família, o Parque Guell, as Casas Milá e Batlò, já valeriam a visita, mas a cidade ainda tem o Bairro Gótico, Montjuic com seus parques e o Museu Nacional de Arte da Catalunha, a Rambla, o ótimo mercado La Boquería,  La Barceloneta e uma orla marítima que rende um passeio agradável e ótimas paellas.

Foi lá que aconteceu a maior merda da nossa viagem. Não fizemos reserva de hotéis, porque não era alta temporada e não viajamos com roteiro muito fixo. Deu tudo certo, menos em Barcelona. Quando chegamos, havia uma feira de tecnologia na cidade e estava tudo lotado. Não contávamos com isso, esse tipo de feira não aparece em guias turísticos. Depois de muito andar, cansados e com medo de dormir na rua, tivemos que nos conformar com a Pensión Córdoba: prédio um tanto sinistro e, horror dos horrores, banheiro coletivo sem água quente. O quarto não estava sujo, mas o banheiro era francamente assustador. No dia seguinte, felizmente, encontramos coisa melhor. Pagamos uma nota, mas valeu a pena. Dica de chatos meio pobres: em viagens longas, economizar em hospedagem sempre que for possível, porque pode chegar aquele momento em que você precisa gastar mais, ou ficar na Pensión Córdoba. 

Viajando de carro
As estradas são boas e seguras. Há sempre duas opções, com ou sem pedágio. Naturalmente quase sempre optamos pela opção mais barata, mas é preciso ficar bem atento, porque as placas de sinalização tendem a enfatizar a via pedagiada e fomos ludibriados uma ou duas vezes.

Estacionamento é um problema nas cidades maiores: simplesmente não há onde parar a droga do carro. A vantagem é que se pode estacionar na rua tranquilamente porque não há - pelos menos na época não havia - roubo de carros. Só não dá para deixar objetos dentro, porque o furto de objetos é bastante comum, principalmente em carros de turistas. Por esse motivo, alugar um carro com porta-malas que comporte suas malas pode ser uma boa ideia.

Dirigir na neve não é coisa para amadores inexperientes. Mudamos de caminho algumas vezes para evitar estradas com neve. 

Em Toledo deixamos o carrinho ao relento, por falta de opção. O pobrezinho amanheceu coberto por uma fina placa de gelo, e tivemos que descascá-lo usando uma espátula, que felizmente encontramos no  porta-luvas.

Roupas
Numa viagem de inverno longa, duas coisas desagradáveis acontecem: é preciso usar mais uma vez a mesma camiseta e lavar roupas. Chato, mas não tem jeito. A opção seria carregar 30 camisetas na mala e nós nem tínhamos tanta camiseta em nosso acervo. Reciclar roupa não é tão ruim porque a gente sua muito pouco, mas é bom levar desodorantes potentes. Para as meninas, blusinhas segunda pele são a salvação, porque dá pra lavar na pia do hotel e secam rapidinho nos quartos aquecidos.

Lavar roupa é nas lavanderias. Só os hotéis maiores tem esse serviço que, além de caro, é de qualidade discutível. Brasileiros acostumados com o luxo de áreas de serviço privadas com máquina de lavar têm nojinho de lavanderias, mas a roupa sai limpinha e cheirosa, acreditem. É só tirar antes de secar totalmente, alisar com a mão e dobrar direitinho que fica tudo certo. Se a roupa sair muito ressecada, leve-a ao banheiro na hora do banho, pendurada em um cabide. 

Levamos, além do casaco: camisetas justinhas (é bom usar roupa colado no corpo), segunda pele, jeans, botina de solado grosso. E roupa para usar sob as calças: "minhocão" para homens, meia-calça para mulheres, de preferência sem pés, para poder usar várias vezes. Chapéu e gorro, não dá para andar de cabeça descoberta. Luvas e cachecóis compramos por lá, são bons e baratos.

Momento frescura
A Espanha é bastante limpa. Os "hostales", mesmo os muito simples, eram limpinhos, assim como as ruas, praças e monumentos.

Já os restaurantes mais tradicionais tem o hábito de não varrer o chão o dia inteiro, para mostrar como são bem frequentados: se o chão está cheio de guardanapos e outros lixinhos, é porque o lugar é bom e muita gente passou por lá. Uma espécie de marketing pela sujeira, estranho para nós.

Ficamos meio preocupados com os copos, que muitas vezes vinham meio esbranquiçados para a mesa. Mas nossos amigos locais explicaram que não é sujeira, é a água que contém muito calcio. Ah, bom.

Poder ou não fumar era decisão do dono do estabelecimento, e muita gente fuma onde é permitido. Vimos mães fumando e soltando fumaça na cara de seus filhos pequenos. Muito desagradável.

Comunicação
Surpreendentemente travada. Embora o idioma deles não seja tão complicado para nós, o português tem mais sons e é difícil para eles. Mas o problema maior é que os espanhóis não são muito comunicativos, são do tipo que apenas responde ao que foi perguntado. Não é sacanagem, é o jeito deles. 

Comer foi difícil por causa disso. Havia alguns bolinhos simpáticos num boteco. Apontamos para um deles e perguntamos de se era de queijo. Reposta: "no, no es queso". Custava dizer do que era feito o diabo do bolinho e explicar os demais? Não, tivemos que apontar um por um. Quando a gente não fala a língua, isso pode ser exaustivo. Em outro boteco havia "pulgas" para comer, e estavam baratas. Ficamos interessados. 
- Qué es una pulga?
- Es la mitad de un bocadillo.
Na época não sabíamos o que era um "bocadillo" e diante de nossa cara aflita e faminta ele bem poderia ter explicado, já que eles também conhecem a palavra "sandwich". Nós também poderíamos ter perguntado, mas estávamos fartos desse jogo. Fomos comprar pan, queso, jamón ibérico e vino no supermercado.

Esse tipo de situação aconteceu várias vezes. Saímos de restaurantes sem conseguir comer nada, por não saber pedir e não receber ajuda. Na França, onde os nativos tem tanta  fama de chatos, isso não acontece. Outra dica: não demorar para fazer o pedido da comida, senão o  camarero (garçom)  vai te ignorar.

Curiosamente, na Grécia, para onde fomos na sequência, mesmo falando inglês monossilábico a comunicação foi mais fácil, porque os gregos são expansivos, falam com as mãos e parecem gostar de se comunicar.

Quando voltamos à Espanha em 2011, o José já falava um espanhol razoável. Nossa vida ficou mais fácil, e ainda pretendemos voltar à Espanha outras vezes.







domingo, 9 de fevereiro de 2014

Os preparativos...

Como os chatos se preparam para viajar?  Se preparam muiiiito, porque chatos não gostam de imprevistos. Na nossa idade, passar uma noite num banco de rodoviária ou  numa pousada nojenta não é pitoresco e engraçadinho, é um saco. Planejamento ajuda bastante a evitar essas  merdas, mas não garante nada porque, infelizmente, por mais chato que você seja, não consegue controlar tudo.


Toda a logística das nossas viagens (roteiro, compra de bilhetes, reserva de hotéis etc.) é executada pela metade de nós que é doida por viagens. Às vezes a outra metade reclama de não ter sido avisada de algum detalhe.  

Planejamento de viagem precisa incluir:
  

Organizar com antecedência 

A vantagem de fazer tudo com antecedência, quando possível, é que se consegue passagens aéreas mais baratas e mais opções de hotéis, em relação a localização e preço. Imaginem uma viagem, no verão, para uma ilhinha grega, ou para San Andrés ou Cartagena de Índias, locais com pouca oferta de hotéis - em reservas de última hora você só consegue, se conseguir, hotéis morro acima, morro abaixo, não muito bem avaliados ou longe de tudo.

Já estamos fazendo planos para o recesso do final de ano e para o Carnaval de 2015, para o caso de ainda estarmos vivos na época.

Não há fórmulas mágicas. Fazemos mais ou menos o que todo mundo faz, sempre pela internet.


Roteiro da viagem

Como somos um tanto lerdinhos - lembrem-se de que somos meio velhos - preferimos conhecer menos lugares e ficar um tempo maior em cada um deles. Não somos adeptos do chegou, fez uma foto e partiu para outra cidade. Além disso, o José tem que conhecer todos os supermercados da cidade...

Na Europa, viajamos somente por 2 países (no máximo 3) em cada empreitada anual. Procuramos detectar os locais mais interessantes e então escolhemos as cidades para hospedagem. De carro pode-se ir seguindo o roteiro e ir mudando de hotel a cada nova parada. Fizemos isso em nossa viagem pela Croácia, opção interessante pela geografia do país, mas é um pouco cansativo mudar de endereço a cada 2 ou 3 dias.

Se utilizamos transporte público, escolhemos algumas cidades base e daí visitamos as atrações e outras cidades por perto. Escolher uma cidade que tenha boas opções de transporte é fundamental. Em uma viagem à Itália esse sistema é interessante.

Um roteiro prático leva em consideração não apenas a vontade de conhecer um local qualquer, mas as distâncias e eventuais dificuldades de deslocamento entre um e outro objeto de desejo. Perder muito tempo na estrada ou esperando em aeroportos não tem muita graça. Em cada viagem sempre há alguns pontos que são inegociáveis, mas outros podem ser mudados para aproveitar melhor o tempo.

Para escolher as cidades e pontos de hospedagem, é útil ter um guia da região e fuçar fontes de informação confiáveis na web.



Passagens aéreas

Costumamos comprar passagens aéreas diretamente do site das empresas. Usamos o Decolar como fonte de informação, para compararmos os preços. Se a compra dor pelo próprio Decolar, no caso da reserva conjunta do hotel, é bom confirmar se existe mesmo o voo no site da companhia aérea. Já compramos, pelo Decolar,  passagem para um voo que não existia.

Preferimos voos diretos, sempre que possível e o preço não estiver exorbitantemente maior que um voo com escala.


A escolha da companhia está diretamente ligada ao roteiro. Se o destino for um só país (com ou sem viagens por terra) o leque de companhias é maior: as brasileiras e a do próprio país, para voos diretos e as dos países vizinhos, para voos com escala (geralmente mais baratos). Se o roteiro incluir dois países e traslado entre eles for pelos céus, normalmente é vantajoso comprar os bilhetes da companhia de um dos países (pensando em não fazer muitas escalas).



Reserva de hotéis

Consideramos, para a escolha do hotel, principalmente a sua localização e o seu preço. Não nos hospedamos em hotéis estrelados. Buscamos um local bem localizado, agradável, confortável, com uma boa cama e, principalmente, com banheiro privado. Já tivemos experiência (forçada) com banheiro compartilhado, mas contamos depois.

Se a cidade tiver um hotel Ibis bem localizado, é aí mesmo que ficamos. Com o Ibis não existe surpresas, ele é igual no mundo todo. Como somos associados à rede Accor, as vezes pegamos umas ofertas boas em hotéis um pouco melhores que o Ibis, como o Mercure. Mas também já ficamos em um Mercure horroroso, em Madri.

Se não tiver Ibis, fazemos as reservas pelo Booking.com. Tem avaliação e comentários de usuários (as vezes é bom ignorar algum comentário, de gente mais chata que nós), fotos do hotel (gostamos mais dos que mostram fotos do banheiro). Para a maioria dos hotéis não existe pagamento antecipado e é possível cancelar sem nenhum custo. Preferimos esses. Em geral tem funcionado e os hotéis correspondem ao que dizem e vemos. Se já quebramos a cara? Óbvio que sim. Chegamos em Split, Croácia, e descobrimos que nosso apartamento havia sido alugado para outra pessoa. A cidade estava cheia, recebendo um festival de música, e o dono achou mais vantajoso desrespeitar a reserva e ganhar um dinheirinho a mais.

Quando fazemos a reserva com muita antecedência, costumamos fazer, malandramente,  reserva em mais de um hotel, para a mesma cidade e período. Isso para o caso de algum hotel se descredenciar do Booking ou se a avaliação de um deles despencar, porque não respeita reservas, por exemplo.

Já fizemos viagens fora de temporada sem ter nada reservado. Tem suas vantagens, porque dá para ver e cheirar o que você está comprando, mas também pode ser meio estressante, principalmente em países que não são o nosso. Localizar a melhor "zona hoteleira" numa cidade estranha, entrar em montes de espeluncas, pedir informações em idioma alienígena e, eventualmente, ter que se conformar com um hotelzinho sem-vergonha porque já está anoitecendo não é tão divertido.


Trens, barcos, carros alugados etc.

Em viagens na alta temporada na Europa é interessante comprar com antecedência bilhetes para os deslocamentos entre cidades. Dá para comprar passagens de trem, ônibus e barco. Normalmente, no momento da compra, já se imprime o bilhete com o código de barras. Mas às vezes é preciso trocar o documento emitido pela internet por bilhetes normais no guichê das empresas, geralmente quando se vai passar de um país para outro. Não sejam bobos de usar o termo "trocar" em inglês ou francês, como já fizemos, pois eles entendem que a gente está querendo trocar a data ou horário e dá a maior confusão. Tem que pedir para imprimir os malditos bilhetes. Toda vez cometemos o mesmo erro, toda vez passamos vergonha e ainda não aprendemos.

Bilhetes de trem:
- França: www.sncf.com
- Espanha: www.renfe.com
- Itália: www.trenitalia.com
- Austria: www.oebb.at
- Alemanha:www.deutschebahn.com
- Eurostar: http://www.eurostar.com



A Rail Europe vende bilhetes de todas as empresas europeias e entregam os bilhetes no Brasil, evitando que a gente passe vergonha nos guichês deles. Muito simpático. Mas é um pouco mais caro que comprar diretamente no site da própria empresa.

Também já compramos bilhetes de barcos (ferries) pela internet, para o transporte entre as ilhas gregas e entre Itália e Croácia. É tudo muito tranquilo. Dependendo da duração da viagem, existem opções desde cabine até pau-de-arara. A opção intermediária são poltronas reclináveis como as dos ônibus, em salões coletivos. São bastante confortáveis, dá para passar uma noite nelas. Uma vez, por falta de informação, pegamos as passagens de terceira classe e dormimos sentados nas cadeiras da cafeteria, com inveja da molecada que sabia das coisas, viajava com sacos de dormir e se instalava nos corredores. 

- Europa / África / Ásia:http://www.aferry.com
- Grécia / Itália / Turquia / Albânia: http://www.ferries.gr
- Grécia / Itália: http://www.greekferries.gr
- Veneza / Croácia: http://www.venezialines.com
- Croácia / Itália:http://www.jadrolinija.hr

Para o aluguel de carros é interessante fazer uma pesquisa entre as diversas locadoras e comparar preços, modelos de carro, o que está incluído no preço, local de retirada e entrega do veículo etc. Geralmente a relação custo-benefício da Europcar é a mais vantajosa.


Viajar em alta temporada, muita gente torce o nariz. É, também não gostamos, mas isso de escolher a melhor época para tirar férias é pra quem pode. Nós trabalhamos em instituição de ensino e só podemos viajar nos períodos de recesso ou férias dos alunos. Viajar fora de temporada, coisa que fazíamos quando podíamos, é mais barato e mais tranquilo, mas também tem seus problemas. Por exemplo, aquele parque que só abre no verão, aquele passeio de barco que só sai em alta temporada e aquela cidade onde só dois restaurantes estão abertos: o caríssimo e o sujo. Em Santorini, no inverno, comemos churrasco grego (pita gyrus) na barraquinha da esquina, e ficamos felizes por termos isso. Muito bom o churrasco grego de barraquinhas na Grécia, a propósito.
Nos próximos posts contaremos nossas experiências nos lugares que conhecemos. E quem tiver dicas interessantes ou experiências diferentes da nossa, escreve aí nos comentários. O que deu certo pra gente pode não ter dado certo para outros chatos, e vice-versa.

sábado, 1 de fevereiro de 2014

Viajando


Para gostar deste blog você vai precisar ser também um tantinho chato, meio pobre e um pouco velho, como nós.

Metade de nós ama apaixonadamente viajar como se sua vida dependesse disso, a outra metade gosta. Não temos grana para viagens sofisticadas, mas já passamos da idade mochileira e arrojada. Como viajamos todos os anos, nas férias, nossos amigos cismaram que somos viajantes, que temos muitas dicas interessantes para os menos viajeiros e que deveríamos fazer um blog.


Bom, aqui estamos com nosso blog e esperamos pelo menos três acessos em cada post.




O que vai rolar por aqui? Dicas de compras? Podem desistir. Indicações de restaurantes? Muito poucas, porque turista meio pobre compra comida no supermercado e come no hotel. Mas vamos falar dos lugares que gostamos e das bobagens que fizemos, para que nossos três leitores não caiam nas mesmas armadilhas.

Para começar, um pequeno FAQ.
Vocês viajam tanto! Não é caro?
Não, caro é conta de farmácia e de hospital. Viajar custa dinheiro, mas ajuda a prevenir despesas piores. Como fazemos para viajar todo ano? Simples, não gastamos dinheiro em bobagens: restaurantes metidos, roupas caras, luxinhos bestas. Andamos de transporte coletivo, andamos à pé e não pagamos estacionamento nem valet. Não temos faxineira, limparemos nós mesmos nossa sujeira, enquanto tivermos energia para isso. Também ajuda o fato de não termos filhos, nem de quatro patas.
  
Quanto se gasta numa viagem pra Europa?
Depende da viagem. Se você quiser conhecer 5 países, se hospedar em hotel 4 estrelas e comer em restaurantes bacanas, vai gastar uma fortuna. Mas dá para viajar de forma mais econômica, mesmo sem ficar em albergues de jovens com banheiro coletivo. Ah, você não se importa. Ótimo, vai gastar ainda menos que nós, os chatos.
 Você não viajam de pacote?
Não, achamos chato. Com um mínimo de organização, dá para viajar de forma independente, mesmo para outros países.Vamos contar depois como fazemos para organizar os roteiros.

atualizado em 15.06.17